TRILOGIA DA NECESSIDADE
Após 4 anos de pesquisa, o Coletivo Dolores, por meio de três núcleos temáticos, traz a público, três atos teatrais. Cada um comportando sua autonomia cênica, de linguagem e tema, compõe em conjunto uma unidade de reflexão estética – as necessidades básicas dos sujeitos, como o sexo (P.U.T.O.), a alimentação (Narrativas na cozinha) e o descanso (O direito à preguiça), e como se dá essa relação necessidade X possibilidade na dinâmica da nossa sociedade orientada para a produção de serviços-mercadoria e produtos-mercadoria padronizados, anônimos e abstratos. Assim, permeados pela alienação do mundo do trabalho, a Trilogia da Necessidade aborda esses diferentes eixos temáticos sob a perspectiva das contradições que envolvem nossas necessidades e o meio pelo qual se dá suas realizações.
"Estrela que cai do céu
Mãe de nosso descanso
Santa Padroeira dos vagabundos
Senhora Preguiça Amém
Trazendo pra terra o céu
Negando inferno e trabalho
Santa Padroeira libertai-me
Senhora Preguiça Amém
Se eu cheguei para viver
O patrão vou ignorar
Minha terra é liberdade sem sofrer
Santa Preguiça amarei"
Eugenio Vojkovik
Parte II - “O direito à preguiça”
Na peça, homônima do panfleto publicado por Paul Lafargue em 1880 atacando o trabalho excessivo no sistema de produção capitalista, recorremos à chave do deboche, aos discursos históricos que relacionam a natureza do trabalho e o homem, e a poesia que reivindica a utópica terra de São Saruê, para investigar os múltiplos sentidos que o trabalho tem na nossa sociedade: castigo, obrigação, necessidade, libertação.A relação do Homem com o trabalho é narrado segundo as crenças e tradições que cercam o tema. À partir de paisagens históricas, do Paraíso de Adão e Eva à Idade da Pedra, passando pela Revolução Francesa e as atuais crises econômicas, chegamos aos sambas do morro, onde a Preguiça aparece como sinônimo de Vida, e tarefa revolucionária – uma crítica sobre a finalidade do trabalho e a contradição do trabalho como finalidade.
FICHA TÉCNICA:
Coletivo Dolores Boca Aberta: Alexandre Gonçalves, Cristiano Carvalho, Cristina Adelina Assunção, Danilo Monteiro, Daisy Serena, Dirce Ane, Erika Viana, Fernando Couto, Fernando Oliveira, Gloria Orlando, Karina Martins, Leticia Carvalho, Luciano Carvalho, Luis Mora, Maria Aparecida, Mariana Moura, Nica Maria, Tati Matos, Tiago Mine e Tita Reis
Núcleo da “Preguiça”: Cristiano Carvalho, Cristina Adelina Assunção, Fernando Couto, Gloria Orlando, Renato Gama, Tati Matos e Tita Reis
Passaram pelo núcleo: Dirce Ane, Eugenio Vojkovic, Julia Saragoça, Marina Morena, Sandro Oliveira e Yago Carvalho
Criação do espetáculo e criação dramatúrgica: Núcleo da “Preguiça”
Colaboração dramatúrgica: Tiago Mine e Iná Camargo Costa
Direção Geral: Tati Matos e Tita Reis
Direção Musical: Renato Gama e Tita Reis
Produção do espetáculo: Cristina Adelina, Gloria Orlando e Tati Matos
Coordenação de mutirão da Arena Arbórea: Cristiano Carvalho
Produção da Arena e espaço cênico: Coletivo Dolores Boca Aberta
Cenário: Eugenio Vojkovic e Julia Saragoça
Figurino: Eliete Orlando
Iluminação: João Alves
Técnica de luz: Karina Martins, Mariana Moura e Tiago Mine
Técnica de som: Bruno Peixoto e Kaue de Mateo
Fotos: Alexandre Gonçalves, Daisy Serena e Maria Aparecida
Vídeos: Luís Mora
Arte do programa: Dirce Ane
Designer gráfico: Mariana Moura
Assessoria de imprensa: Maria Aparecida
Ciranda: Coletivo Dolores Boca Aberta
Agradecimentos: Caio Martinez Pacheco, Floresgomes Jose de Assunção e Marildo Menegat