"Era uma vez...
Um CDC Vento Leste
com seu morro vermelho
e sua linda paisagem linda verde colorida de um sol bem brilhante,
muitas árvores, bichos –
calangos, morcegos, borboletas, girafa, girassol, cachoeiras e montanhas, mares, rios
e uma terra assim com muita água.
Mas um dia, minha gente,
esse mundo acordou do avesso."
(Trecho do espetáculo)
O “Rolezinho” é uma obra cênico-musical que traz todo o elenco do Dolores para sambar na rua. Além da grandiloqüência típica do carnaval de rua, com seu forte apelo popular e festivo, o espetáculo traz conteúdos poéticos e políticos que, na tentativa de desmistificar os tumultos sociais dos tempos atuais, narram com traços históricos a dinâmica e a estrutura econômica e social do Brasil. As dimensões didáticas da narrativa e estéticas da encenação nos impulsionam para a circulação da obra em espaços educacionais e de formação. Além da circulação ordinária em espaços públicos, como praças e ruas da cidade, o Dolores também pretende circular com essa obra em escolas públicas da cidade.
Sinopse do espetáculo
Um monstro com olhos de fogo suga toda água da floresta e concede goles d’água aos animais em troca de seus olhos. A fábula carnavalizada pelo coletivo Dolores opera a metáfora do monopólio das riquezas e da cegueira social como características inseparáveis de um monstro, o Boitatá. Diferente das lendas brasileiras, em que o Boitatá surge como defensor de florestas, nesta aparição ele será a representação de uma relação social hegemônica, que domina tudo e todos.
O Rolezinho doloriano apresenta periféricxs prisioneirxs de um sistema fazendo festa na boca da fera, encenando a complexa relação de ser parte vital de algo que xs devora.
Com 16 atrizes e atores em cena este trabalho marca a volta do Dolores às experimentações com grandes elencos. Desta vez o desafio acontece em espaço aberto e é resultado de uma longa pesquisa envolvendo a Trilogia da Necessidade (último trabalho do grupo composto por três peças com elencos menores) e o bloco carnavalesco do coletivo, o “Unidos da Madrugada”, que sai nas ruas do Jardim Triana. O resultado se utiliza das alegorias, dos coros cênicos e de ritmos carnavalescos para apresentar este monstro e a nossa busca por destruí-lo.
Ficha técnica
Coletivo Dolores Boca Aberta (elenco): Cristiano Carvalho, Cristina Adelina Assunção, Erika Viana, Fernando Couto, Fernando Oliveira, Igor Giangrossi, Karina Martins, Leticia Laranjeira, Lucas Bronzatto, Luciano Carvalho, Luís Mora, Mariana Moura, Nica Maria, Tati Matos e Tiago Mine
Concepção e criação do espetáculo: Coletivo Dolores
Direção/Encenação: Luciano Carvalho
Assistência de Direção: Tiago Mine
Músicos: Igor Giangrossi, Fernando Oliveira, Letícia Laranjeira e Tati Matos
Composição musical e arranjos: Igor Giangrossi, Fernando Couto, Fernando Oliveira, Lucas Bronzatto e Tita Reis
Dramaturgia geral: Coletivo Dolores
Carpintaria dramatúrgica: Cristiano Carvalho, Cristina Assunção, Erika Viana, Igor Giangrossi, Luciano Carvalho e Tiago Mine
Textos: Cristiano Carvalho, Cristina Adelina Assunção, Erika Viana, Fernando Couto, Igor Giangrossi, Leticia Laranjeira, Lucas Bronzatto, Luciano Carvalho, Nica Maria, Tati Matos, Tiago Mine e Xi Lihzi
Figurinos e Adereços (concepção): Erika Viana, Luciano Carvalho e Nica Maria
Figurinos e Adereços (confecção): Erika Viana, Fernando Couto, Igor Giangrossi, Laura Rodrigues Alves, Nica Maria e Tiago Mine
Costura dos Figurinos: Maria das Graças
Bordado em peneira: Mariana Moura
Comunicação: Lucas Bronzatto e Mariana Moura
Arte do cartaz: Mariana Moura
Produção: Tati Matos
Registro Fotográfico: Alexandre Gonçalves e Daisy Serena
Criação audiovisual: Luís Mora
Necessidades técnicas
Espaço físico: 10m x 10m e 5m de altura
Espetáculo realizado em espaços abertos (quadras, pátios, praças) bem como em galpões ou espaços multiuso com piso em condições regulares.
Som: ponto de luz para ligação de caixa de som ativa amplificada com entrada para 1 violão e 2 microfones. O coletivo já dispõe desta caixa.
Iluminação: Em caso de realização em espaços fechados, iluminação geral.